Editorial


Editorial 09

novembro de 2016

Edição: 9


No encontro entre janeiro e fevereiro de 2016, no Largo da Mariquita no Bairro do Rio Vermelho (SSA), os artistas Daniel Guerra, Diego Pinheiro, Laís Machado, Igor de Albuquerque e Victor Bastos acreditavam que a cena soteropolitana das artes cênicas precisava de um novo fôlego. A essa ideia foram se juntar posteriormente Alex Simões e Bárbara Pessoa, isso sem contar com o número significativo de colaboradores e parcerias ao longo do percurso. Para nós foi um ótimo e vigoroso ano de estreia.

Porém, não foi fácil (e nem será) exercitar a crítica artística. Seja pelo volumoso trabalho empreendido pelos artistas da BARRIL ou pela falta de costume da cidade com um posicionamento analítico que decide ir além das espumas circunstanciais. Para nós, é um privilégio dispor de uma ferramenta onde é possível pensar e lançar pensamentos para mais adiante, dançando mais os argumentos e conceitos; e, apesar da falta de costume de Salvador em relação a crítica em artes cênicas, era real a necessidade, percebida através de retornos, críticas e outras colaborações.

Pararemos a partir desse mês para umas férias rápidas e voltamos próximo ano, com os corpos já descansados, para mais uma imersão no universo da crítica. Esperamos que 2017 seja tão instigante quanto o ano que agora vai chegando ao final.

Portanto, fiquem bem atentos ao ano que vem! É em 2017 que daremos a largada ao nosso tão esperado projeto Dinamização Crítica, no qual artistas e interessados na produção crítica poderão se aproximar à vontade. Mas, por agora, a 9ª e última edição desse ano nos oferece algumas prendas.

Na coluna CRÍTICA temos dois textos: Ressignificar, de Bárbara Pessoa, sobre o espetáculo O Jogo dos Signos, com direção de João Figuer e Fernando Ishiruji, resultado do curso de teatro para iniciantes do Grupo de Teatro Para Quem, que teve temporada no Teatro Gamboa Nova. Crítica Largo é o texto de Igor Albuquerque sobre a instalação Largo – Remontagem, uma plataforma de encontro em música expandida, que teve apresentação no Cabaré dos Novos, no Teatro Vila Velha. Lamentavelmente, neste mês não teremos os instigantes REBATES, um dos mais poderosos instrumentos criados pela BARRIL no sentido de gerar novas problematizações entre crítico e artista.

Um dos colaboradores deste mês, na coluna REVERBERA, é o multiartista Leonardo França, que produz um víde-arte na vertigem do concretismo, a partir do espetáculo Casa de Ferro, solo de Maurício Assunção.

Na coluna CRÍTICA DA CRÍTICA temos a colaboração do já parceiro Ruy Filho, crítico, editor e fundador da Revista ANTRO POSITIVO (SP). Ruy lança algumas visões sobre a crítica contemporânea tomando como ponto de partida a crítica de Alex Simões Major Oliveira: Nossos Bons Velhinhos e o Tempo Que Vivemos, publicada na 8ª edição da Revista BARRIL.

Daniel Guerra misturou Cultura Pop e James Joyce em parceria com o desenhista Pedro Pirôpo, no RIZOMA Retrato do Artista Quando Chove, a partir de um dia do “Perfor7 [como?]”, sétima edição do fórum de performance da BrP em São Paulo, Praça das Artes, no dia 15 de novembro de 2016.

Numa conversa descontraída e regada a licor de tamarindo na Bouche de L’Enfer, Laís Machado encontra o Núcleo Viansatã de Teatro Ritual, que disponibiliza alguns pequenos segredos, além de nos apresentar seu futuro próximo. Veja na coluna ENCONTRO.

Da Índia antiga ao seu mais novo trabalho Obsessiva Dantesca, Laís Machado disserta sobre uma de suas grandes motivações na criação e pesquisa em artes cênicas, a presença, em seu texto O Contexto da Presença, na coluna ENSAIO. Não é somente uma questão de ler e reler, mas de relação.

Na Coluna TRETA, Diego Pinheiro tenta dissecar a Solenidade de Encerramento das Setoriais Artísticas 2016, além de apresentar riscos eminentes no que se refere aos artistas e, principalmente, ao artista negro, no texto Manobra de Flanco.

Por fim, para a Coluna SELFIE, chamamos Saulo Moreira, que decidiu falar de suas impressões e fascinações com a performance de Leona_do Pau___, durante o Concurso Revelação Marujo, mediado pela DesiRée Beck, no Bar Âncora do Marujo.  

Eis as prendas.

Nos vemos (e nos lemos) em  2017.

Boa leitura!

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