Apesar das limitações prospectivas desse recorte institucional lacunar, inclusive pela dificuldade de acesso a dados históricos de museus e galerias, se no Brasil temos alguns momentos de esperança, na maioria do circuito internacional a representatividade de gênero é um assunto incipiente.
Ainda hoje, muitas pessoas não possuem registros de seus familiares mais próximos. Por isso, volto a perguntar: quem tem direito à uma fotografia?
Sempre fico me perguntando por que em Salvador há o que chamo de “síndrome de reinvenção da roda”. Explico: cada vez que se faz alguma coisa, há certa negação do passado de ações similares e até parece que incomoda reconhecer que projetos do mesmo tipo podem somar na consolidação de trajetórias e circuitos.
A cidade em cujas escavações estou participando se chama Pompeia, um dos sítios arqueológicos mais importantes da Terra. É o único lugar onde ocorreu a sobreposição de duas camadas históricas muito distantes temporalmente.
Walter Benjamin evoca a morte como parâmetro de análise da imagem fotográfica. Aproximando as fotos de Eugène Atget na época, recém-descobertas ao aparecimento do surrealismo, ele compreende que os novos temas buscados pelo fotógrafo eram as coisas abandonadas, a ruas e lugares em via de desaparição.