O diálogo enquanto guerrilha metogológica
O que a gente do mundo branco das artes não consegue entender é que, no diálogo que nós, indiasnegroshomossexuais estamos instaurando,
Como salientado na edição anterior da Revista Barril pelo parceiro Daniel Guerra, a coluna Crítica da Crítica se propõe a organizar reverberações de outras estruturas de pensamento crítico sobre as obras artísticas no campo das artes cênicas soteropolitanas.
Esse começo vai parecer manchete sensacionalista ou narração de filme noir. Fazer o quê? É noite. Numa casa ao fundo do beco, dois homens trocam porradas.
Vivemos tempos difíceis: Caos político, ameaças de golpes, violência urbana crescente, repressões institucionais várias, assédio urbano, dificuldade em ocupar os espaços públicos disponíveis (que são poucos), protestos, repressão policial....
Antes de qualquer coisa, permitam-me: escrever sobre performance não é traí-la. Performance como gênero já é sua própria escritura. Portanto, nada há de anacrônico em teorizar performance.
_ se esse texto fosse um espetáculo, ele se chamaria… e este aglomerado de pessoas seria… e eu faria o papel de … Esta seria a citação que viria…
Uma das melhores coisas das colunas Selfie, Rizoma e Treta é que nelas não sou obrigado a justificar nada. Só teria que dar minha idéia, na lata. Entretanto, inicio com um prelúdio a la Pero Vaz de Caminha.
Todos estamos mais ou menos cientes acerca dos estudos sobre a espetacularidade no cotidiano, e de uns meses para cá estamos acompanhando um dos maiores espetáculos nacionais que me lembro…
Tenho esse hábito antiquado de realizar minhas refeições em família. São eventos em regra cotidianos, é claro. No entanto, às vezes não poderiam ser mais extraordinários.
Não tem muito tempo que em uma mesa de bar disse com tom embriagado, e talvez empolado demais, que ninguém no campo artístico, especificamente nas artes cênicas, poderia usar acontecimento sem ao menos ter uma básica noção fenomenológica quanto ao termo – logo eu, um “diletante-simpatizante” da fenomenologia.
Vivemos um período bastante complexo, e freqüentemente essa complexidade transparece de forma paradoxal.
A escatologia jamais poderá deixar de se valer das prerrogativas do clichê. Eles nos são úteis há milênios.
Depois do escuro que sempre relembra que o teatro é feito de morte, Darth Vader de Olinda aparece na cadeira giratória envolto em fumaça. Então o primeiro riso da platéia…
Confissões de Mulheres de 30, atualmente em cartaz no Teatro Módulo, se configura como uma remontagem de uma peça que estreou em 1993 e que pretendia, como diz no próprio release, traçar um “perfil sociológico e bem-humorado das mulheres de 30”.
O que era pra ser uma Crítica da Crítica transforma-se em Crítica da Não-Crítica. Ou seja, falarei de sua ausência. Essa coluna, que deveria pensar críticas produzidas na cidade, abordará sua falta, traçando possíveis causas e outras possibilidades de agenciamento do problema.
Dizer o quanto é necessário a concepção de obras cênicas que tenham como foco o protagonismo negro, não chega a ser uma novidade para a classe artística.