Editorial


Editorial #02

abril de 2016

Edição: 2


A Barril – Revista de Crítica das Artes Cênicas chega em sua 2ª edição com a certeza da necessidade do fomento da crítica soteropolitana. Construir diálogos e reverberações são algumas de nossas aspirações, e a Revista é um chamamento para estreitar relações com os artistas e dinamizar a produção de pensamentos críticos em artes cênicas.

Para a Barril se torna indispensável a construção dessa rede de contato entre os artistas. Transferir o olhar crítico para os próprios fazedores, acabando com um olhar/pensamento mais frio e distanciado, se torna movimento transcendente, emancipação dos próprios artistas de uma análise calcada numa caduca representatividade. Olhar sobre si e sobre o outro, sem alheamentos. Ou seja, nossa Revista preza pelas mãos sujas daqueles que esquadrinham tais análises – que também são agenciadores do campo artístico.  

Nesta 2ª edição temos duas CRÍTICAS: Vidro Fumê e Onde se Abrem os Abismos. A primeira feita por Laís Machado ao espetáculo d’A Outra Companhia de Teatro, Ruína de Anjos, obra indicada a Categoria Especial do Prêmio Braskem de Teatro (BA) 2015 pela sua “intervenção urbana” no bairro do Politeama em Salvador. A segunda, feita por Daniel Guerra ao espetáculo Abismo do Teatro da Queda, que fez apresentações na ocupação Beco Ocupado, projeto também causado pelo grupo. Em seu REBATE, Thiago Romero (Teatro da Queda) lança seu olhar para os pensamentos delineados por Daniel.

A convite da Revista Barril, Yuri Tripodi produz a sua reverberação performativa, arfante e no Contratempo do espetáculo O Castelo da Torre, do Grupo Vilavox, na Coluna REVERBERA.

Na Coluna CRÍTICA DA CRÍTICA, Diego Pinheiro coloca como alternativa de análise, devido à escassez de produção crítica na cidade, o que chama de “pensamento abissal” a partir do texto O Artista Como Refém do Pensamento Crítico Implícito do Prêmio Braskem de Teatro (BA).

Igor Albuquerque evoca o fantasma do Nobel, “que pesa toneladas”, materializado no figura do escritor Gabriel García Marquez, que serviu de inspiração para a montagem O Vento da Cruviana do Grupo Finos Trapos, na Coluna TRETA.

O texto/poema [des]concreto Teor [étic “a” s] de Diego Pinheiro tenta traçar um pequeno mapa de referências do que foi captado ou inventado, ou projetado pelo crítico a partir de sua partilha com o espetáculo Liliths In Concert do Coletivo das Liliths na Coluna RIZOMA.

Daniel Guerra (Revista Barril) encontra Thiago Romero (Beco Ocupado) e Djalma Thürler (Mínimos Óbvios) na Coluna ENCONTRO. O encontro teve como tema a importância das Ocupações Artísticas em Salvador, a exemplo das duas citadas, além de abordar outras questões como política, estética e urbanidade.

Em Narrativa do Agora – o diálogo enquanto guerrilha metodológica na Coluna ENSAIO, Victor Bastos propõe

uma irrigação de questões sistêmicas para um oferecimento de novas conceitualizações éticas em arte.

Por fim, a SELFIE de Laís Machado, que analisa sua própria “dança da cadeira” ao assistir o bloco de apresentação da Categoria Melhor Atriz no Prêmio Braskem de Teatro 2015 no texto Dançar Para Não Surtar.

É com muita satisfação e com muito fôlego que lançamos esta 2ª edição da Barril. Seguimos com nosso intuito de revigorar a produção crítica em Salvador e crendo na composição e difusão de redes entre artistas. Qualquer coisa estamos por aqui.

Boa leitura. 

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