Editorial


Editorial #11

abril de 2017

Edição: 11


Como qualquer coisa viva, a Barril cresce a cada nova experiência, a cada edição. Graças ao projeto “Dinamização Crítica”, que se iniciou em março desse ano, temos recebido textos de todo o Brasil. Isso, além de nos fazer ver a qualidade da nova produção crítica na era pós jornalismo impresso, constrói pontes entre o campo artístico de Salvador e outras paragens. Dessa forma, as limitações do regionalismo, tão determinantes nas artes cênicas, vão, pouco a pouco, se desfazendo.

O Intercâmbio Barril, feito no mês de abril junto à revista catarinense Caixa de Ponto, foi um sucesso. Além de fortalecer o laço entre as revistas, promoveu um diálogo íntimo entre artistas, jornalistas, produtores e demais interessados no desenvolvimento do olhar para a cena e a partir dela.

Essa edição está especial. Só uma passada de olho já lhes revelará um panorama do que é e do que pode ser uma discussão contemporânea sobre a cena, atravessando tanto o que chamamos “arte contemporânea” até aquilo que se diz “arte de massa”, e nesse movimento, traçando pontes possíveis.

 

Na coluna CRÍTICA temos dois textos, com seus respectivos REBATES: Daniel Guerra visita a Galeria ENTRE, exposição vivencial de wearable art, e a pensa como cena, produção de presença e situações. Bárbara Pessoa problematiza os limites do feminino representado no espetáculo SerEstando Mulheres, de Ana Cristina Colla, atriz-pesquisadora do grupo Lume.

O REVERBERA fica a cargo do colaborador do mês, o humorista youtuber João “Seu” Pimenta, que foi ver “Os Pássaros de Copacabana” e gravou em vídeo um comentário sagaz sobre a realização.

Continuando no território do humor na web, Igor de Albuquerque tece sua TRETA em confronto com a nova situação do canal “Frases de Mainha”, recém financiado pelo Governo do Estado.

No ENCONTRO, Diego Pinheiro conversa com Chico Assis, gestor de espaços culturais da cidade. O diálogo nos esclarece a função cada vez mais importante do gestor cultural, e provoca questionamentos sobre quem é e o que quer o público — se é que ele é, ou quer alguma coisa.

 

Alex Simões nos traz o trabalho literário-performático do poeta mineiro Ricardo Aleixo, através da releitura de um artigo acadêmico que se debruçou sobre o tema, da pesquisadora Prisca Augustoni.

No RIZOMA temos um glossário feito por Laís Machado, que mapeia as referências históricas e políticas envolvidas na performance BRAU, de Ana Dumas.

O ENSAIO vem diretamente da terra da garoa, com o outro colaborador do mês. O paulistano Pedro Luis Braga discorre sobre as dimensões éticas, estéticas e noéticas presentes nas peças de um dos diretores mais solicitados do mercado cultural da atualidade, o libanês Rabih Mroué.

A SELFIE desta edição propõe um passeio-enigma. Diego Pinheiro, visitando a Casa Monxtra durante a performance “Bastet”, transformou-se em criptologista de signos performativos, provocando que nós exerçamos essa mesma função.

Agora, respira fundo e se joga.

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